Caso Casa Pia


A 23 de Setembro de 2002, a mãe de "Joel", um aluno da Casa Pia de Lisboa, apresenta queixa na Polícia Judiciária (PJ) contra Carlos Silvino (conhecido por "Bibi"), funcionário da instituição, por abusos sexuais contra o filho.
Três meses depois, o jornal "Expresso" avança com a possibilidade de centenas de crianças terem sido violadas por um funcionário nos últimos 30 anos.


Bibi é acusado de mais de 600 crimes de abuso sexual de menores.


Começa assim um dos processos mais mediáticos e polémicos de sempre.

Dois dias depois da notícia do semanário, o ministro da Segurança Social e do Trabalho, Bagão Félix, demitiu o provedor da Casa Pia, Luís Rebelo. Pouco tempo depois, o Ministério Público (MP) emite um mandado de captura contra Carlos Silvino por suspeita de abuso sexual de menores. Bibi fica então em prisão preventiva, por decisão do tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, passando a ser defendido pelo advogado Hugo Marçal. Em 2003, a 1 de Fevereiro, o advogado é detido, juntamente com o apresentador de televisão Carlos Cruz e o médico Ferreira Diniz, todos suspeitos no caso de pedofilia.
Hugo Marçal é depois libertado, a troco de uma caução de dez mil euros. Dias mais tarde, a Procuradoria-Geral da República esclarece que as detenções foram feitas por haver "fortes indícios" da prática de crimes de abuso sexual de menores e incentivo à prostituição com fins lucrativos (lenocínio). A 1 de Abril, Manuel Abrantes, ex-provedor adjunto da Casa Pia, junta-se à lista de detidos preventivos e, em Maio, Hugo Marçal volta a ser detido. O mesmo sucede ao embaixador Jorge Ritto e ao deputado do PS Paulo Pedroso.

É também em Maio que o humorista Herman José é notificado para ser ouvido no Tribunal de Instrução Criminal (TIC), acusado de ter abusado de um adolescente. Mas o humorista provou que na data referida pelo MP estava no Brasil, ao serviço da SIC. A juíza de instrução, Ana Teixeira e Silva, acabaria por reconhecer o lapso e arquivou a queixa contra Herman José.






0 comentários: